Encontrei esta crônica de autor desconhecido e adorei.
Sem muitas firulas, sem grandes refinamentos na escrita, muito simples! Me fez lembrar da infância dos meus filhos, da minha e sei que você também se identificará com ela.
Todas as fases de uma mãe são interessantes, mas, ao meu ver, a de filhos na infância é a mais emocionante.
É uma surpresa atrás da outra, um dia diferente do outro...
Nessa fase eu fui mais bonita que a Gisele Bündchen, mais poderosa que a Viúva Negra dos Vingadores, a mais legal de todas as mães do colégio, mais engraçada que a Chiquinha do Chaves... Tempinho bom que falavam tudo sem pensar...
Bem, sigo sendo a mesma mãe: super exigente, mega preocupada, hiper coruja e blaster amorosa!!!!
Como meus filhos me veem hoje?
Torço para que me vejam como alguém em que possam contar a qualquer momento de suas vidas, como um porto seguro!
Segue a crônica. Se souber o autor, avise-me.
A mãe é muito importante. Eu tenho mãe. Minha mãe é a mulher mais bonita do mundo.
Tem hora que a minha mãe é muito brava. Quando a minha mãe fica brava, ela fica vermelha e com o olho arregalado. Até a voz fica diferente.
Tem hora que eu demoro pra obedecer, aí a minha mãe fica contando: um... dois... três... Se eu não vou lá no três, ela vem cá no quatro. E aí dói, porque tem tapa.
Quando a minha mãe me chama de meu amor, minha vida, meu sonho, então é porque vem coisa boa. Tem hora que é beijo. Quando a minha mãe me chama falando o meu nome, é porque é coisa séria. Mas tem hora que ela me chama falando o meu nome e o meu sobrenome: aí é pra obedecer senão tem tapa outra vez.
É bom escutar a minha mãe falar. Mas tem umas coisas que ela fala e que eu não entendo direito. Ela sempre fala que é pra eu não falar mentira. Um dia, eu quebrei um vaso com a minha bola e falei que não fui eu. Ela, então, me segurou e me encarou bem fundo e disse que queria ouvir eu falar o que aconteceu... olhando bem nos seus olhos. Eu falei a verdade.
Mas acontece da minha mãe falar mentira no celular. Uma vez ela falou que estava numa loja e ainda estava lá em casa. Por que ela mentiu? Deve ser porque ela não teve que falar olhando nos olhos de quem estava no outro celular.
De vez em quando, a minha mãe fala com as amigas que está naqueles dias, ou que aqueles dias estão chegando. Ela fala que fica impossível naqueles dias, até briga com o papai. Teve uma vez que eu não quis comer alface e falei que não queria porque eu estava naqueles dias. Se ela podia, eu também podia. Todo mundo ficou rindo de mim. Nunca mais quis saber daqueles dias.
Sabe o que eu fiquei sabendo? A mãe envelhece. Toda mãe fica velha um dia. Mas a minha mãe não. Ela pode ficar de cabelo branquinho e andando com dificuldade, mas ela sempre vai ser a minha mãe bonita.
Ah... ela também faz uma brincadeira legal: ela sorri pra mim, abre os braços e conta até três: um... dois... três... Eu saio correndo e fico lá no meio dos braços dela. E aí eu falo que só vou sair quando eu chegar no cem. Eu só sei contar até dez. Então eu fico um tempão lá.
Um doce final de semana pra vocês encantadoras e sábias mães!
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